terça-feira, 6 de março de 2012

O Garotinho

Uma vez um garotinho foi para a escola. Ele era bem novinho. E a escola era
uma escola bastante grande. Mas quando o garotinho descobriu que podia
chegar até a sua sala simplesmente atravessando a porta de entrada ele ficou
feliz e a escola não pareceu tão grande.

Uma manhã, depois que o garotinho já freqüentava a escola por um tempo, a
professora disse. “Hoje nós vamos desenhar uma figura”. “Que bom!” pensou
o garotinho. Ele gostava de figuras. Ele podia desenhar figuras de todos os
tipos: leões e tigres, galinhas e vacas, trens e barcos... E ele pegou sua caixa
de lápis de cor e começou a desenhar.

Mas a professora disse “Esperem! Ainda não é hora de começar!” E ela
esperou até que todo mundo estivesse pronto.

“Agora”, disse a professora. “Nós vamos desenhar flores.” “Que bom!” pensou
o garotinho. Ele gostava de desenhar flores. E ele começou a fazer lindas
flores com seus lápis cor de rosa e laranja e azul.

Mas a professora disse. “Esperem! E eu vou mostrar como”. E a flor era
vermelha com um cabo verde. “Pronto”, disse a professora. “Agora vocês
podem começar”.

O garotinho olhou para a flor da professora e olhou para sua própria flor.
Ele gostava mais da sua do que a da professora. Mas ele não disse isso.
Ele simplesmente virou o seu papel e fez uma flor igual à da professora. Era
vermelha com um cabo verde.

Outro dia, quando o garotinho tinha aberto a porta sozinho, sem ajuda
de ninguém, a professora disse, “Hoje nós vamos fazer alguma coisa com
barro”. “Que bom!” pensou o garotinho. Ele gostava de barro. Ele podia fazer
várias coisas com barro: cobras e homens de neve, elefantes e ratos, carros e
caminhões... E ele começou a amassar e cutucar sua bola de barro.

Mas a professora disse, “Esperem! Ainda não é hora de começar!” E ela
esperou até que todos estivessem prontos. “Agora”, disse a professora. “Nós
vamos fazer um prato.” “Que bom!” pensou o garotinho. Ele gostava de fazer
pratos. E ele começou a fazer alguns de todas as formas e tamanhos.

E então a professora disse. “Esperem! E eu vou mostrar como.” E ela mostrou
a todos como fazer um prato fundo. “Pronto”, disse a professora, “Agora vocês
podem começar”.

O garotinho olhou para o prato da professora, e olhou para o seu próprio
prato. Ele gostava dos seus mais dos que os da professora. Mas ele não disse
isso. Ele juntou todo o barro numa grande bola novamente e fez um prato igual
ao da professora. Era um prato fundo.

E logo o garotinho aprendeu a esperar e observar e fazer as coisas
exatamente como as da professora. E logo ele não fazia mais suas próprias
coisas. Então aconteceu que o garotinho e sua família mudaram para outra

casa, em outra cidade, e o garotinho teve que ir para outra escola.

Esta escola era ainda maior do que a outra. E não havia porta de fora para
dentro de sua sala. Ele tinha que subir grandes degraus andar por um longo
corredor para chegar à sua sala.

E no seu primeiro dia a professora disse: “Hoje nós vamos fazer uma
figura.” “Que bom!” pensou o garotinho e esperou que a professora lhe
dissesse o que fazer. Mas a professora não disse nada. Ela simplesmente
andou ao redor da sala.

Quando ela se aproximou do garotinho ela disse. “Você não quer fazer uma
figura?” “Sim”, disse o garotinho. “O que nós vamos fazer?” “Eu não sei até
que você faça”, disse a professora. “De que jeito devo fazer?” perguntou o
garotinho. “Do jeito que você quiser”, disse a professora. “De qualquer cor?”
perguntou o garotinho. “De qualquer cor”, disse a professora. “Se todos
fizerem a mesma figura, e usarem as mesmas cores, como vou saber quem fez
o quê e qual é qual?” “Eu não sei”, disse o garotinho. E ele começou a fazer
uma flor vermelha com um cabo verde.

(Helen E. Buckley)

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